Morrem no Brasil, em média, sete pessoas por dia vítimas de acidentes de trabalho, segundo levantamento da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro). A autarquia federal desenvolve há 56 anos pesquisas no campo da segurança do trabalho. O dia 28 de abril é o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.
Em 2022, foram notificados 2,5 mil acidentes laborais que resultaram em morte, segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), disponibilizados pelo Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho. O número é maior do que o período pré-pandemia, em 2019, com 2,1 mil mortes em acidentes.
Subnotificação
No entanto, muitas das pessoas que perdem a vida trabalhando não entram nas estatísticas, segundo o tecnologista da Fundacentro Marco Bussacos. “Você têm muito trabalhadores informais, que não estão nas estatísticas”, disse. Entre os que correm mais riscos, de acordo com ele, estão aqueles que trabalham dirigindo. “Os que estão expostos aos riscos de trânsito – motofretistas, motoristas de aplicativos – que não estão formalizados pela Previdência”, acrescenta.
Mesmo entre aqueles que estão formalizados, os chamados acidentes de trajeto, quando a pessoa se acidente a caminho do trabalho, tem uma frequência relevante. Entre os diversos elementos apontados como “agentes causadores de acidentes” no sistema do observatório de segurança, as motocicletas ocupam o primeiro lugar, com 5% de incidência, junto com o contato com material biológico e pessoas contaminadas, também com 5%. Em números absolutos, isso significa que as motos estiveram envolvidas em 24,6 mil acidentes de trabalho em 2022.
As atividades de atendimento hospitalar são as que registraram mais acidentes em 2022, com 55,7 mil casos, o que representa 12% dos 612,9 mil acidentes contabilizados no ano passado. Marco Bussacos pondera, entretanto, que os dados refletem um pouco da cultura desse ramo de atividade. “Tradicionalmente, o setor hospitalar tem mais uma consciência de registro de acidentes, por isso ele está sempre entre os setores que tem mais registro”, explica.
Ag. Brasil
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